“Não exijo que a vida do cristão seja um evangelho puro e
perfeito, embora o devamos desejar e esforçar-nos por esse ideal. Não
exijo, pois, uma perfeição cristã de tal maneira estrita e rigorosa que
me leve a não reconhecer como cristão a quem não tenham alcançado.
Porque, se fosse assim, todos os homens do mundo seriam excluídos da
igreja, visto que não se encontra nem um só que não esteja bem longe
dela, por mais que tenha progredido. E a maioria ainda não avançou nada
ou quase nada. Todavia, nem por isso os devemos rejeitar. Que fazer
então? Certamente devemos ter diante dos nossos olhos como nossa meta a
perfeição que Deus ordena, para a qual todas as nossas ações devem ser
canalizadas e à qual devemos visar. Repito: temos que nos esforçar para
chegar à meta. Sim, pois não é lícito que compartilhemos com Deus apenas
aceitando uma parte do que nos é ordenado em sua Palavra e deixando o
restante a cargo da nossa fantasia. Porque Deus sempre nos recomenda, em
primeiro lugar, integridade.”
[João Calvino, As Institutas – edição
Especial, Editora Cultura Cristã, Vol IV, p. 182].
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