Quando a verdade é atacada, quem pode pagar conta é a fé
No último domingo as igrejas que fazem uso das lições bíblicas da CPAD estudaram sobre a apostasia da fé, tendo como texto-base a primeira carta de Paulo ao jovem Timóteo. Nesta carta Paulo declara que a igreja é “a coluna e o fundamento da verdade”[1]. De acordo com Stott isso significa que a igreja deve defendê-la e confirmá-la, além de proclamar o evangelho[2]. Aqui Paulo mostra que a igreja é serva da verdade, logo se a verdade for tirada dela, a igreja perde seu propósito.
No capítulo 4 somos exortados pelo
Espírito Santo que muitos apostatarão da fé, ou seja, abandonarão de
forma premeditada e consciente a fé cristã ao darem “ouvidos a espíritos
enganadores e a doutrinas de demônios”. Observe que nesta exortação o
que está sendo atacado pelo inferno é a verdade. Não é estranho que
nestes últimos dias, assim como em outros, tem se levantado tanto de
dentro quanto de fora da igreja movimentos e ideias sob os auspícios de
espíritos enganadores que atacam as doutrinas clássicas do Cristianismo
ou instituições já cristalizadas desde a formação da sociedade sob
influência da fé judaico-cristã.
Ao falar em espíritos enganadores e
demônios pode vir à mente de alguns a imagem de filmes de terror ou de
sessões do descarrego da IURD, com aquelas atuações de possessão e
mudança de voz. No entanto não é bem isso que Paulo tem em mente, mas
que estas entidades atuam nos bastidores de iniciativas que se opõe a
verdade do evangelho. De modo semelhante o apóstolo João ao exortar a
igreja a não crer em todo espírito, orienta-a a discernir quando são de
Deus ou não: quem negar a encarnação de Cristo não é de Deus[3].
Ora, o que João estava combatendo era o gnosticismo, uma seita, que
“negava que Jesus veio em carne”. E se não houve encarnação, não houve
crucificação e por tabela nem a ressurreição, logo ainda vivemos em
nossos pecados e a nossa fé é em vã.
A igreja como coluna e fundamento da
verdade não pode se omitir da defesa, confirmação e proclamação do
evangelho, sob pena de se assim agir perder sua identidade e comprometer
sua missão. Pois quando a verdade é confrontada e não defendida, quem
irá no final pagar a conta será a fé. A mesma fé pela qual o justo deve
viver. Aquela fé que aqueles que combatem o bom combate e acabam a
carreira devem guardar. A fé que nos define e que revela a nossa
identidade. A fé que nos mostra o que é o amor e nos ensina a amar. A
nossa fé, aquele que vem pelo ouvir a Palavra de Deus.
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