segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Ele não desistiu por amor a ti





Ele podia ter desistido. Ninguém saberia o contrário. Jesus podia ter desistido.

Uma olhada no útero podia tê-lo desencorajado. Deus é desenfreado como o ar e ilimitado como o céu. Ele diminuiria seu mundo para o ventre de uma moça por nove meses?

Ele podia ter desistido. Se não, Ele podia ter pelo menos parado repentinamente. Ele teria que se tornar humano? Que tal ser luz? É uma idéia. O céu podia abrir, e Cristo podia cair na Terra em forma de uma luz branca. E então na luz podia ter uma voz, uma voz como um estrondo, um trovão, de bater os dentes. Agitada em uma rajada de vento e os anjos como acompanhamento, e o mundo inteiro é avisado.

E a estrebaria? Não é outra razão para Cristo desistir? As estrebarias são fedidas, sujas. Como eles irão cortar o cordão umbilical? E quem vai cortá-lo? José? Um carpinteiro insignificante de uma cidade pequena? Não existe um pai melhor para Deus? Alguém com educação, uma linhagem. Alguém com um pouco de influência? Esse sujeito não pôde nem arrumar um quarto de hotel. Você acha que ele tem o necessário para ser o pai do Criador do Universo?

Jesus podia ter desistido. Imagine a mudança que teria que fazer, a distância que teria que percorrer. O que seria tornar-se humano?

Essa pergunta veio à tona esses dias. 

O amor vai até o fim... e Cristo saiu da eternidade ilimitada para ser limitado pelo tempo para tornar-se um de nós. Ele não precisava. Ele podia ter desistido. Em qualquer fase ao longo do caminho ele podia ter abandonado.

Quando Ele viu o tamanho do útero, podia ter parado.

Quando viu quanto sua mão iria ser pequena, quão suave sua voz iria ser, quão faminta sua barriga iria estar, podia ter parado. No primeiro cheiro da fedida estrebaria, na primeira rajada de vento frio. Na primeira vez que arranhou seu joelho ou assoou seu nariz ou comeu pão queimado, podia ter virado e ido embora.

Quando viu o chão sujo da sua casa em Nazaré. Quando José deu um trabalho para fazer. Quando seus companheiros de escola dormiam durante a leitura do Torá, o seu Torá. Quando o vizinho tomou seu nome em vão. Quando o fazendeiro preguiçoso culpou Deus por causa da sua colheita pobre. Em qualquer momento Jesus podia ter dito: “É isso! Já chega! Estou indo pra casa.” Mas Ele não fez isso.

Ele não fez, porque Ele é amor. E “o amor... tudo suporta” (I Cor.13:4-7).

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